O terceiro tipo de câncer que mais afeta a população feminina, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer)¹, é o câncer de colo de útero, que perde apenas para o câncer de mama e o câncer colorretal, porém pode ser facilmente prevenido com exames simples de rotina, como o papanicolau.
Na década de 70, os casos, quando diagnosticados, eram, em sua maioria, em estágio mais grave, com chances reduzidas de cura. Atualmente, há vários tipos de tratamentos que vão além da clássica quimioterapia ou radiologia. Quer saber mais? Acompanhe a reportagem especial do Quero Viver Bem, abaixo.
Quais são os principais sintomas?
A doença não costuma aparentar sinais, porém, quando acontecem, os mais comuns são:
- Sangramento vaginal sem causa e fora da menstruação;
- Corrimento vaginal alterado, com cheiro ruim e coloração diferente;
- Dor abdominal constante, com pioras ao ir ao banheiro ou durante a relação sexual;
- Pressão no fundo da barriga;
- Urina frequente;
- Perda de peso em grande quantidade, sem nem fazer dieta.
Em casos mais avançados, é comum que a mulher sinta cansaço em excesso, dores, inchaço nas pernas e falta de controle da urina e/ou das fezes.
Os exames preventivos são super importantes para a cura da doença, visto que essa dificilmente apresenta sintomas – independente do estágio. Vale frisar que todos os exames estão disponíveis na rede pública de saúde!
Causas da doença
Segundo a oncologista Ana Paula Dergham (CRM – PR 22908 | RQE 2397), a doença pode ser causada pelo HPV – vírus do papiloma humano. Esse pode causar uma lesão na área afetada, gerando a anomalia das células e, como consequência, o câncer de colo de útero.
Essas lesões são facilmente detectadas pelo exame de papanicolau, coloscopia e vulvoscopia, além de que o HPV pode ser prevenido por meio da vacina – disponibilizada gratuitamente pela rede pública de saúde para meninas entre 9 e 13 anos.
Ainda, pode ser causada em mulheres que têm muitos parceiros sexuais e não se protegem corretamente – visto que há maiores chances de entrarem em contato com o HPV. Porém, a oncologista ainda destaca que essa não é única causa, visto que o câncer de colo de útero pode ser encontrado em mulheres com pouquíssimos parceiros sexuais e/ou vacinadas contra o HPV.
Existem vários tipos de câncer de colo de útero:
- Adenocarcinomas menos comuns;
- Carcinomas com células escamosas, gerados principalmente pela HPV.
Estágios da doença
Assim como o câncer de mama, o câncer de colo de útero também é dividido em estágios. São cinco, veja abaixo:
- Estágio 0/Carcinoma in situ: as células cancerígenas estão localizadas somente na superfície do colo do útero;
- Estágio 1: o câncer invadiu o colo do útero, porém não atingiu outras regiões;
- Estágio 2: a doença já cresceu para fora do útero, porém não se espalhou para a parede da pelve ou para a vagina;
- Estágio 3: o câncer atingiu a vagina, a pelve e pode estar na uretra;
- Estágio 4: o câncer atingiu outras regiões do organismo.
Fatores de risco
Existem alguns fatores que podem aumentar o desenvolvimento da doença, que são:
- Contato com outras DST, como gonorreia, sífilis, HIV ou clamídia;
- Sistema imunológico enfraquecido, principalmente em pessoas que já têm uma doença autoimune;
- Tabagismo;
- Histórico familiar da doença.
Conforme a Dra. Dergham explica, a pílula anticoncepcional não tem influencias no aparecimento da doença. Mulheres que têm muitos parceiros sexuais são citadas como fatores de risco, porém, com a devida proteção, as chances são reduzidas.
Mulheres que apresentam câncer em geral, que costumam estar acima do peso e ter uma alimentação desequilibrada devem prevenir-se, já que esse é o melhor remédio!
Diagnóstico
Geralmente, a doença pode ser diagnosticada facilmente em estado inicial, por meio dos exames preventivos: papanicolau, coloscopia, ecografia transvaginal, vulvoscopia e, em casos mais graves, DNA. Daí a importância de realizar os exames de prevenção anualmente.
A Doutora Ana Paula frisa que os exames devem ser feitos somente por profissionais de saúde – médicos e/ou enfermeiros -, visto que a coleta inadequada ainda é muito comum no Brasil. Nesses casos, a doença não é diagnosticada corretamente, demorando ainda mais a sua descoberta e diminuindo as chances de cura.
Tratamento do câncer de colo de útero
A doença pode ser tratada precocemente, indo além da quimioterapia ou da radioterapia. Porém, há casos mais avançados em que é necessário prosseguir diretamente para a cirurgia, para a retirada do tumor, além da possibilidade de extração do colo de útero ou do órgão inteiro. Esse processo é mais indicado para mulheres que já tiveram filhos ou que não desejam ser mães.
Um método usado para tratar as lesões pré-cancerígenas é a crioterapia, usada em larga escala, que consiste no congelamento das células malignas, feita com anestesia local. O tratamento a laser também é indicado para lesões pré-cancerígenas, o qual destrói os tecidos das células afetadas, ademais, pode ser feito no próprio consultório médico, com o auxílio de anestesia local.
Por fim, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia também são os métodos mais usados para combater a doença, porém, possuem efeitos colaterais mais fortes.
Os exames preventivos são importantes, porque quanto antes a doença é descoberta, mais “leves” e rápidos serão os tratamentos, do que em um estágio mais avançado. As chances de cura, no início da doença, ficam em torno de 90%.
Como se prevenir?
A melhor prevenção do câncer de colo de útero é barrando a infecção pelo vírus HPV, seja pela vacina, seja pelo uso da camisinha em todas as relações sexuais.
A doutora Ana Paula cita que o câncer de colo de útero não é necessariamente causado somente pelo HPV, por isso os exames preventivos são tão importantes para a descoberta da doença – independente de sua causa.
Referência usada neste conteúdo:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero/definicao
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